terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Páginas percorridas.
Um livro,
um tempo.
Tempo que faltou.
Faltam memórias.
Letras, frases, versos.
Destroem,
pouco a pouco,
o imaginativo do pouco real.
Nem imagem, nem ação.
Ler tudo ao contrário;
contra-edição,
contradição.
Partir do início ou fim,
já nem me importo,
olhos percorrem por si sós,
encaixes não param.
Procurar a volta ao tempo,
retorno ao antes-tempo;
nem história,
nem música,
nem poesia.
Sensação da palavra,
fugidia,
impressão que não traduz.
Gordo nada,
rechonchudo de significações
coisas que não querem dizer.
Querem das outras,
obrigação do próprio fechamento.
Palavras fechadas,
um quê de morte;
há as que não morrem.
Sobreviver à tragédia,
Nascimento do próximo,
próprio tempo.
Estantes recheadas.
Abro,
me engole.
Novamente no tempo,
todas as possibilidades.
Sem me utilizar de anteriores.

Sempre um marinheiro de primeira viagem,
que nem sabe o que é o mar.
Não sabendo, mergulha.
E se não é assim que é,
assim tem sido.
Tem bem sido!
Apesar da exaustão do afogamento,
do gosto novo do velho sal
é de que gosta meu paladar.

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