quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E eu sei,
Que é de poesia,
E somente poesia,
Que é feita minha vida,
Minha escolha pela entrega,
Minha necessidade em não fugir da dor...

sábado, 5 de novembro de 2011

Venha cá, meu bem!

Não, não é exatamente conversar que eu quero. Cansei-me das palavras vazias, daquela imensidão de dizeres que nada me dizem. Eu só quero que venha, venha para mim. Chegue perto, não precisa ter medo. A chuva não vai entrar hoje; a água ficará lá fora. Eu sei que mais do que os outros, somos nós mesmos os responsáveis por essa inundação. Mais para quê tanta culpa? A culpa vem de onde? E vai para onde? Eu só queria caminhar com mais leveza, flutuar. Diz-me nesse abraço que tem jeito, que vai dar pé e que eu não vou me afogar.

uma pedra

uma pedra.
uma vida inteira tentando
não ser uma pedra.
que direito tinha eu?
não ser uma pedra!
uma pedra
no seu caminho,
no seu sapato,
com tantas pedras
em meus cruzamentos,
talvez direito tivesse.
mas eu não podia,
não podia ser
uma pedra,
no seu caminho,
no seu sapato.