"Finalmente escolhera. Escolhera a si mesma"
( BEAVOUIR, Simone de; A Convidada. p.485)
O fantasma do egoísmo não mais a assombra como antes. Após deparar-se com tantas personalidades assumidamente, e quase cruelmente, egoístas, entendeu que colocar-se como prioridade de sua própria vida, não constituía crime algum.
Subitamente, disse em silêncio, a si própria:
- "Tenho desejos, sonhos e vontades dignas de grande esforço próprio para realização como qualquer outra alma humana o teria, com o mesmo direito...e também dever"
Não se pode, nem de longe, dizer que se tratava de um capricho, tampouco de uma vingança mesquinha; tratava-se sim, da maior de todas as libertações.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Dança da Solidão
Sensação extasiante, indescritível, dolorosa e intensa.
Percorrido meus extremos, fui da euforia a dor em questões de minutos. Dancei,
dancei comigo,
Sozinha.
Estive loucamente me jogando pelos cantos do
meu quintal à luz da lua, numa ardência suprema. Misto de gargalhadas e choro.
Lágrimas e suor se confundem.
Libertação,
senti-me liberta para me deliciar de mim, para
me deliciar em mim. Como se sofrimento e alegria não fossem contraditórios, e
que delícia sentir os dois juntamente! Eles e todas as outras sensações que
preenchem meus
Vazios.
Eu me senti cheia, sem lacunas, existiu vida em
todos meus espaços. Tudo parecia sem sentido e com o máximo de sentido. Essa
sim é a realidade, onde eu sou capaz de gritar minha verdade. Que prisão é essa
que me separa diariamente? Eu devo ter dançado a união, a
Minha união.
Acabou! A vida é feita de instantes... pequenos, mas que traduzem ela própria. Agora novamente fragmentada, voltarei à busca dos reflexos de meus fragmentos em outros. Para ver se compreendo, ao menos um pouco, essa corrente, essa eterna sedução de tudo.
Acabou! A vida é feita de instantes... pequenos, mas que traduzem ela própria. Agora novamente fragmentada, voltarei à busca dos reflexos de meus fragmentos em outros. Para ver se compreendo, ao menos um pouco, essa corrente, essa eterna sedução de tudo.
sábado, 22 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
ATUATRIZ
atuatriz não é mais tua.
atua tua atriz.
a tua, quase, por um triz.
por um triz a tua atriz...
atua tua atriz.
a tua, quase, por um triz.
por um triz a tua atriz...
atua!
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Resistir.
Resistir carrega múltiplos significados, foco-me aqui em dois, especificamente: resistir pode ser tanto suportar, subsistir, aguentar, como também, opor-se, defender-se, colocar-se como força contrária.
Acredito que, ao contrário do que à primeira interpretação nos sugere, suportar não é uma atitude passiva, e não está em contraposição à outra faceta do termo (como exposto acima). Ambos, o aguentar e o se defender, se interligam nesse movimente de resistir, de resistência.
Suportar é também uma luta, uma luta dura e difícil.
Ao suportar, atacamos; superamos limites. Aguentar, subsistir é primeiramente reconhecer, identificar a força que nos esmaga. Reconhecer é resistência.
Penso, por exemplo, em atividades físicas que levam o corpo à exaustão. A exaustão é sempre ultrapassar algum limite do nosso corpo, limite este que não seria ultrapassado se não fosse o resistir a forças opostas – identificando-as -, calando o que grita para que a gente desista, para que a gente pare; portanto, suportar.
O continuar é se defender, é também contra-atacar; é lutar contra o que fala que não dá. Saber que dá é a áspera luta de se conhecer, de depositar forças em si mesmo.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Paulicéia.
Intenção de apetrechar dias mornos,
Com cor, com sabor,
Com, enfim, amor.
Temperados com Dali, Oswald, São João.
Citadinos, Urbanitas.
É isso que são?
Entre a selva de concretos,
Quebrando muros abstratos.
Aglomerados espessos,
De olhos, de olhares,
De gentes.
Dignamente pitoresca.
Ergue orgulhosa a alquimia de sua bandeira,
O elixir da vida é seu cafeeiro filosofal.
O metal que glorifica,
É o mesmo que afasta, distingue, isola.
A capital que assim pretende-se,
num Estado depressivo,
Autônoma, autossuficiente, distinta.
A beleza foi mais além,
Encheu os olhos,
E pôs a funcionar o coração,
Apedrejado, resistiu ao empedramento.
Não é desvario, é dia de todo dia.
Mas a Paulicéia,
Ah, a Paulicéia é realmente...
Desvairada, bonitinha e ordinária.
Com cor, com sabor,
Com, enfim, amor.
Temperados com Dali, Oswald, São João.
Citadinos, Urbanitas.
É isso que são?
Entre a selva de concretos,
Quebrando muros abstratos.
Aglomerados espessos,
De olhos, de olhares,
De gentes.
Dignamente pitoresca.
Ergue orgulhosa a alquimia de sua bandeira,
O elixir da vida é seu cafeeiro filosofal.
O metal que glorifica,
É o mesmo que afasta, distingue, isola.
A capital que assim pretende-se,
num Estado depressivo,
Autônoma, autossuficiente, distinta.
A beleza foi mais além,
Encheu os olhos,
E pôs a funcionar o coração,
Apedrejado, resistiu ao empedramento.
Não é desvario, é dia de todo dia.
Mas a Paulicéia,
Ah, a Paulicéia é realmente...
Desvairada, bonitinha e ordinária.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Inteireza no ordinário.
"A beleza da omissão, de fato, é a beleza da ação indireta, da vida que é revelada com um máximo de intensidade num mínimo de atividade" (A Arte Secreta do Ator - Eugenio Barba)
Em seus diferentes intuitos, penso que a intenção da presença cênica no ofício secreto do ator quando trazida (ou enxergada) na vida cotidiana/ordinária, é reveladora de inteirezas. O que se faz presente, inteiro, vivo no mínimo gesto; não por esperar reconhecimento, mas porque é assim, é ali, que se constitui a sua arte...a arte de viver.
Em seus diferentes intuitos, penso que a intenção da presença cênica no ofício secreto do ator quando trazida (ou enxergada) na vida cotidiana/ordinária, é reveladora de inteirezas. O que se faz presente, inteiro, vivo no mínimo gesto; não por esperar reconhecimento, mas porque é assim, é ali, que se constitui a sua arte...a arte de viver.
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