domingo, 30 de janeiro de 2011

Guarde para você!
Se não quer que
o que você diga
fique guardado em mim,
guarde para você!

Há de entender um dia,
que maior é aquilo
que já se guardava
no coração.

E que o gesto,
pode ser pior ou melhor,
quando já existia
na intenção.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ganhar em vida.

Eu perco, eu perco meu domínio, para que eu possa ganhar mais vida. Quero alertas atrapalhadas. Inesperados focos que chamem minha atenção. Fatos que disfoquem a visão. Visão que se recrie com meus olhos fechados. Sentidos que se apurem. Gostos a serem provados. Arrepios internos se manifestando para o sentido tátil. Que o profundo atinja a superfície, que pode ser vista, tocada. Trocas de experiências e experimentações pela madrugada adentro. Adentro em terras que permaneciam desertas. Acho fontes que jorram águas escondidas num clima que se jurava árido, juro que te fertilizarei.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ponto.

Pois do conto que me conta, o final foi colocado antes do ponto. Pontuo neste canto minhas dores de linhas vazias que não serão nunca preenchidas. A página em branco alerta o quanto as palavras tornaram-se mudas. Este silêncio que atordoa é da voz calada por imposição de um ponto que rejeitou a vírgula embaixo. Final que te impediu de cantar o término do teu canto. Conto agora que tenho meu canto cativo que não foi escrito, mas é onde posso me refugiar. Aquilo que nunca foi e nem poderá mais ser contado. É onde não cabe o final, não cabe o ponto, não cabe e pronto!