domingo, 18 de setembro de 2011

Exponha-me então,
Mas faça-o totalmente,
Exponha-me inteira.

Suje-se com meu sangue,
Entre, mas saia;
E arraste tudo para fora com você.

Tenho tanto, não me subjugue.
Mostre!
Não somente o que te interessa.

É muita sujeira aqui dentro.
Prepare-se,
Portanto.

Ei querido,
Não desista agora!
Está todo mundo esperando,
Você anunciou!

Não estou sequer resistindo...

Exponha-me,
Exponha-me inteira!

sábado, 3 de setembro de 2011

monólogo interior.

Você não era tudo que me faltava, mas hoje, o vazio de mais uma falta. “Alguma coisa sempre falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo”. O medo, talvez, é de que a ferida cicatrize e sua ausência se torne sequer sentida. A unidade dividida pode mesmo se reconstruir? A verdade é que pouco sei do que sinto por essa gente toda; carrego esse desejo quase sufocante de trazê-los e afastá-los ao máximo do meu caminho. Falências múltiplas de apenas me ser. Desregulagem do meu relógio. Estrangeiro de si mesmo, quem sabe não é isso? A dor de olhar-se verdadeiramente parecia o início de um perder-se, mas eu sempre soube que o achar-se teria de ser assim. Sim, a base estava invertida, nada ali poderia ser construído concretamente, seguramente. Aqueles limites também eram os meus. Eu devo isso, a você e a mim!Essa voz me vem num coro de mil vozes, de mil eras. Desencantou-se, aliás, nunca foi encantado...fui eu que te tingi com essas cores. Como ousa? Como ousa recusar meu magnetismo? Eu não posso opinar quanto à complexidade dos traços, mas imagino, devido à complexidade das intenções. O que o corpo pode falar. Sonho com movimentos. Para que eu me encontrasse com a minha potência. Fácil para quem tem no descanso do sono, o tempo de sonhar. Quando minha agenda me pegará desprevenida? O encontro só acontece para quem vai de encontro. As coisas não devem ser assim, a vida não precisa ser dura. Há boatos de que estavam querendo que a gente se sentasse no sofá da ignorância. A leveza que me finjo em terreno de pesados. Por tantas coisas já me tomaram sem que eu realmente as tenha sido. Não é questão de descobrir, é questão de desvendar. Um biscoito amanteigado para adocicar essa noite.