segunda-feira, 30 de junho de 2014

"Mas não foi."

De tudo fica uma lembrança.

Em dias como este, em que me aconchego numa caneca de café quente, nos livros que  me esperam e no carinho do costumeiro ronronar da felina que me acompanha, maiores parecem aquelas lembranças que se guardam sabe-se lá porque. Lembrança de um dia não tão besta em que uma frase disse menos do que ficou a impressão que se quis dizer. Certamente menos do que, à época e às circunstâncias, poderia ser ouvido, sentido, quiçá experenciado. O subentendido chacoalha uma cabeça solitária... um corpo solitário. A escolha de se estar sozinho torna-se menos suportável do que verdadeiramente é. O “E se...” surge arrebatador e pouco consolador ao sussurrar : “Mas não foi.”.  

quarta-feira, 4 de junho de 2014

“Quando a gente sofre não tem sofrimento nenhum que se compare com o da gente, nem a tristeza enorme que escraviza o mundo...” [foi o que li]

Entre tufões, explosões, guerras, injustiças, misérias
e toda sorte de dor espalhada por entre as gentes...
Eu.
Eu, que não subtraio de mim a dor geral.
Eu, que não aprendi a subestimar a particular.
Eu, que não trago boas novas.
Eu, que pouco posso fazer....
[Que “tenho as mãos atadas ao redor do meu pescoço”]
Eu, que queria... Mas, no fundo, não podia.
Eu, que amo além de mim.
Eu, que amo aquém de mim.

Pessoas ou indivíduos, somos nós, seres humanos?
Que porta abrir primeiro, quando duas estão chamando?

Somos quê?
...quase nada.
Apesar de sermos convocados,
cotidianamente,
...a interferir.

Mas como? Mas como?


Mas como?