quinta-feira, 24 de julho de 2014

vou explodir! não fará barulho, não farei alardes....
vou explodir de e em singelezas.
é desejo do peito gritante por ampliação, é grito rouco de alma que transborda.
vou explodir por estado pleno de poesia, por embriaguez pela força dos encontros humanos, por pulsar de vida. por pulsar de vida dentro de mim.
vou explodir por vontade desconhecida – e insaciável – de desconhecido. vou explodir para o passo a frente, para o passo além. vou explodir para ser jogada no caminho escuro, para apurar os sentidos, para sorrir sorriso de doer maxilar.
vou explodir para em conflito alcançar minha paz. vou explodir por resposta de meu corpo, de minha alma à todas as convocações da vida.
vou explodir rasgando o peito com minhas próprias mãos, vou explodir em gargalhada idiota e escandalosa, vou explodir em choro soluçado. vou explodir misturando, fundindo, fluindo.
vou explodir para caber mais. para sentir mais. para ser mais comunhão comigo e com o outro.
vou explodir para entrar mais luz vermelha de pôr do sol.
vou explodir para não me importar com o doer. vou explodir para respeitar absolutamente o doer. 
vou explodir em reverência à alegria, à tristeza, à beleza.
vou explodir por amor intenso ao viver. 

domingo, 13 de julho de 2014

impaciência

esperas me fazem muito mal. impaciente, deixo de me ser.  deixo de demorar-me sobre mim. torno-me bem pior, quase odiosa. (....sucede-me agora a ideia vaga de que, talvez, boa parte dos suicídios nascem das impaciências).  transformo a situação, desconfiguro os fatos, mancho a imagem.  não sou eu.  sou eu. quem sou? quem é ela? heim? tomada pela impaciência. machucada. despersonalizada. interditado o meu silêncio (...que é coisa sagrada; apesar de eu, profundamente, cultuar o caos). ouço muito falatório. só filtro as ofensas, quando consigo filtrar algo. e não filtrar, é decididamente a pior ofensa que me faço.