quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ela não queria ser entendida.


Ela me implorava:
“Pare de me ler por entre cifras!”

Tento hoje procurar pela nota;
Por essa nota incerta,
Caminho incerto,
Eu incerto.

Às vezes me canso
De tantas curvas,
Queria que fosse mais linear
Que não me surpreendesse tanto.

Queria que deixasse
O esperado se cumprir,
Por si só.

Em alerta,
Vivo ofegante,
Correndo sempre atrás
Do que me escapa.

Eu bem sei quanto me encanta.

Mas me enveredo tanto
Por seus labirintos,
Que esqueço de seguir
A minha estrada.

Seu sussurro,
Assim bem perto,
Quase que me
Ensurdece...
A pele.

A pele,
Assim tão frágil,
Quase que me
Quebra...
O chão.

O chão,
Assim tão firme,
Me acovardeia...

Todo sim
e
Todo não.