sábado, 14 de agosto de 2010

Por hoje, te peço, me deixe.

Deixe que eu me entregue aos meus descarrilhamentos, que eu possa sair desses trilhos, por vezes, férreos demais. Hoje não adianta, meus lábios não despontarão em sorrisos. E nenhuma beleza apagará o triste. Não ligue para meus olhos inchados, acredite que são de sonos estendidos e não de noites não dormidas. Não toque meu telefone, não bata em minha porta. Me deixe aqui, sendo acariciada pelos tormentos debruçados em meu travesseiro, e que me abraçam feito lençóis. Não desperdice seu tempo trabalhando sobre mim, de modo com que chegue a me compreender. Te digo que as coisas simplesmente são, difícil é que eu seja junto com elas. É assim, inelutável, então deixe com que eu molhe meu rosto com essas gotas salgadas que brotam de meus olhos, porque nem com todas as armas, hoje eu conseguirei sair com alguma fingida altivez.

E que a flor bonita que foi, vá em paz. E que leve a minha junto com ela, como modesto presente meu. Sei que minha paz não é das grandes, mas te ofereço com carinho e desapego. Não se acanhe em aceitar, já aprendi a viver sem ela.

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