domingo, 5 de junho de 2011

De como meu exterior é meu instrumento de representar, refletir, proteger meus momentos.

Não foram dias em que não senti; dispus meus sentidos de forma cautelosa.
Deixei meus olhos um pouco mais secos, inexpressivos.
O que deixei que outros vissem foi somente a figura que não me representa.

Minha relação ante a minha aparência é assim;
É algo que ultrapassa uma cobrança daquele
que vê beleza no que não nasce de dentro.

Bonito é aquele gesto construído na delicadeza
de quem sente profundamente os viveres.
O feio também, e assim, ainda tão bonito para mim.
Fogo nos olhos; substância, cor, cheiro na/de vida.
Pulsações que se aceleram por toques,
palavras que mergulham neste abismo que carrego.

Tenho pausas que se estendem e se instauram...
Alastram-se no meu corpo, na minha expressão,
no tom da minha voz e das minhas cores.
Mudo meu aspecto, minha fisionomia,
algo em mim quer ser mais forte,
torno-me, desta maneira essencialmente mais frágil.

Só quem continuadamente me vê e não me enxerga,
não é capaz de perceber:
Que minha paz depende do meu conflito;
que não suporto essa fase em que me obrigo
a passar com certa freqüência.
Fase murcha, morna, concreta, seqüencial;

Eu sou daquela que se navega,
E não da que é levada pelo mar
.

Um comentário:

  1. Má ... querida flor... flor do paraiso...
    Concedo-te junto a mim, quantas pausas sentires necessárias, para que diga sempre que CONTINUA!
    Te ver e não te enxergar é ação inerente á aqueles que bebemda água,mas não sentem seu trajeto em si mesmo....
    Amo vc!

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