sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Poeta da incompletude.


Chamar de libertino o que busca metades ébrias, esboços inquietos, parideiras de almas?
Chamar de parvo o que vive na corrida incessante de encontrar seu horizonte impossível?
Impalpavél tua imagem que foge dos encantos retorcidos de meus desejos.
Delírios equilibristas sobrevivem ao correr dos cotidianos, se revelando em tuas mais obscenas especulações.
Esculturada com esmero tua máscara social, suportando heróicamente às facas cravadas no peito.
Sobretudo, um nó incestuoso submisso as leis frágeis do espírito desalinhado.
Um líquido volátil exposto a chamas incognoscíveis.
Um pretencioso nato que se apaixona pelos percalços entranhados nas jogatas permanentes de tua conduta inebriante.
O inconveniente da calma, o pessimista da vantagem, o furo do vácuo, a modéstia do supérfluo, o autêntico da mentira, a exposição da timidez, a discrição da extravagância.
Aquele que se assemelha, como ninguém, aos meus rebentos, à dimensão mais profunda do que quero escapar, à tentação mais voluptuosa de me associar.

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