quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os esboços de mim que nunca acabo, nenhum deles; porém junto-os e me faço.
Que poderia ser eu senão a união de meus mal-acabados traços?

Surpreendo as linhas e engano pontos-finais.
Lembro uma escada espiralada que desvia de qualquer fim que apresente seus sinais.

Novas significações para os elementos que escaparam de seus conjuntos.
Se recusam a serem lembrados como meras adições de seus adjuntos.

Se fazer-se novas coisas pode contradizer às anteriores; ótimo,
como qualquer contradição apresentada, não há como escapar de seus próprios temores.

E dos brancos frios de meus cadernos, jorram e borram tintas densas;
na imensidão de meus desenhos não haveria como cada forma não se tornar cada dia mais intensa.

2 comentários:

  1. Trajetória errante, porém sempre intensa. Que seja realizada a vontade dos milhares de esboços! o espaço que dê jeito. bj

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  2. ''Que poderia ser eu senão a união de meus mal-acabados traços''
    Neste trecho me identifico com o texto.

    ''Novas significações para os elementos que escaparam de seus conjuntos.
    Se recusam a serem lembrados como meras adições de seus adjuntos''

    Nessa parte, e nas seguintes, chego a ter uma invejinha saudável daquilo que suponho ser a vivência interna atual da pessoa que escreve.
    \0/

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