domingo, 27 de outubro de 2013

eis que mais uma vez se apresenta ante mim esse mistério. mistério que inquieta, que dói , que corrói. dói porque, de alguma forma, nos tira (nos arranca à força melhor dizendo) algo, nos tira alguém. 
a morte – por mais estranho que nos possa parecer – vem, nesse instante, com um gosto de conforto; acredito que por finalmente nos dar a sensação de que oferece a paz para quem tanto a pedia, para quem tanto a merecia.
esse período de transição entre vida e morte foi extenso, foi duradouro. colocou-nos todos frente a frente (e de maneira inescapável) com questões essenciais - e não há como negar como foi difícil poder encará-las sem dor; assim como é difícil encarar a vida,  assim como é difícil encarar a morte.
peço apenas aos dias que virão que mantenham vivas na memória a imagem (e na pele, a sensação) das mãos que me deram meu primeiro banho, e dos olhos que, encantados, vivenciaram comigo nossa primeira vez diante da assustadora imensidão do mar.  
(mar e imensidão que ainda assustam e que ainda se mostram como esse mistério que agora vivencio.)
quem sabe hoje a senhora não consiga alcançar melhor todas essas coisas que tanto me escapam?

estou certa de que o tempo irá fazer com que eu consiga pintar todas as lembranças que vierem com os tons das heranças que me deixas.


vá vó, vá em paz se juntar ao nosso véio caipira

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