sexta-feira, 1 de agosto de 2014

retrato.

tem ódio, tem doçura nestes olhos que me encaram. me provocam. me jogam com violência no mundo. num mundo hostil coberto de humanos. num mundo humano coberto de hostis, de ardis. em silêncio, pareço-me concentrar no enigma da esfinge; em poucos segundos, o jogo vira...o enigma sou eu. é aquele rosto que quer me descobrir. retrato imóvel que me ofende. me declara culpada, pecaminosa. do quê me acusa? o quê me sugere? me sinto presa de uma pesca covarde; uma pesca com rede. mais alguns segundos e eu morro asfixiada. meu próprio retrato. meus próprios olhos. 

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