sexta-feira, 24 de julho de 2015

“Viver é jogo, é risco. [...] perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos alguma coisa de extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar.”


Tanto se confunde enquanto falo com aqueles olhos. “Quando já tudo o que me importava se foi, quando fui exposta ao vazio de nada mais ter, voltei – finalmente – meus olhos para os essenciais. E que surpresa! Eu era toda feita de possibilidades. E tinha muito, muito mesmo.”. Deixe-me confessar: eu, quando contigo, não falo mesmo contigo; culpa pura dos seus olhos. Você fala bem (bem até demais!). Mas seus olhos... Ah, seus olhos ainda não foram batizados para a mentira do mundo.  Gosto tanto, tanto deles que até me espanto! E vou até eles como quem busca mesmo o espanto. Quero descortinar-me! Ali na esquina sou pega pelo desejo. O desejo de renascer sem batismo. E me pego tendo que mentir - pelas palavras e com os olhos. Fecho-os, palavra e olhos, no abraço. Eu poderia morar ali por décadas (E como isso é sincero!). Ganho ou perco? Já não sei. Expor-me ao risco era só mais uma das possibilidades. 

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