quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Passos rastejantes vinham te trazendo. Descascando, descamando.Todas as cascas à mostra em camadas claras.Transparência de um abstêmio. Urrava ausências, faltas.Dementes lástimas!
Por quê deveria eu te guardar? Eu, que neste mundo nada fui, além da imagem palpável de uma compreensão certa. Uma liberta que se fechou na cela, para que nunca achasse que a idéia era te prender. Te embrulhei asas em papéis de seda rosados, e deixei na porta de tua casa.Do lado de fora, pois sempre achei melhor não entrar. Lembro-me da vez que entrei, aqueles ares familiares me jorrando acolhimento.Fugi!Antes que se tornasse insuportável.Insuportável sorver tantas ternuras, que em verdade, não vinham de ti.De ti veio a obrigação, a obrigação de que fosse eterno, e julgo que é por isso que acabou tão rápido. Nunca me permitiu ser refração, somente refleti, e desta forma, nada te dei.Entrou e saiu.Entrou e saiu igual.O que, confesso, não me cabe, nunca me coube. Me é doída essa noção, de que tudo queria me dar e nada receber. Dois lados opostos na condição de estarem grudados.Um opaco, um envernizado. Envernizado de cegar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário